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Isquiotibiais e outras lesões musculares em crianças e jovens atletas

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Lesões musculares de isquiotibiais são um dos muitos tipos principais de lesões que levam atletas profissionais, especialmente jogadores de futebol, a perderem jogos. Apesar de haver muitos estudos analisando a frequência dessas lesões em adultos ao longo da temporada, tais estudos tem raramente sido conduzidos em crianças e adolescentes. Além disso, a proeminência de tais lesões nesses grupos de idade tem sido largamente desconhecidas.

Um novo estudo envolvendo profissionais do Barcelona F.C demonstra que a frequência desse tipo de lesão é mais baixa em jovens atletas, e que o risco aumenta com a idade. O estudo também nota as características de suas lesões são de alguma forma diferente daquelas vistas em adultos e o risco é maior perto do fim da temporada, quando programas de prevenção devem ser priorizados.

Os resultados foram publicados em Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports.

Mais de mil atletas foram acompanhados durante 3 anos

Para analisar a frequência e o tipo de lesões musculares, 1157 atletas foram acompanhados durante 3 temporadas consecutivas. Todos eram membros do Barcelona futebol, basquetebol e handebol, e hóquei times, e tinham entre 6 e 18 anos de idade.

Durante esses três anos houveram cerca de 40 lesões de posterior, das quais 9 não eram musculares; ao invés, elas eram avulsão da tuberosidade isquiática, a parte da pelve onde esses músculos se originam. Os esportes com maior risco eram futebol e handebol. Não obstante, “isso é um número muito menor do que aqueles visto nos adultos”, apontou Xavier Valle, doutor pelo Barcelona F.C. e o autor líder do artigo. “Um único time profissional tem em média sete daqueles tipos de lesões toda temporada”.

Esse tipo de lesão também é diferente. Entre os grupos musculares que formam a posterior, o músculo semimembranáceo e o semitendinoso são mais afetados em pessoas jovens que o bíceps femoral é. Em contraste, o músculo bíceps femoral é mais afetado em “sete de cada dez lesões desse tipo em adultos”, aponta Valle, quem confessa que “nós ainda não sabemos por que essas diferenças existem, mas entender será muito útil quando criar programas de prevenção”.

Outro desenvolvimento conferido pelo estudo foi o fato de que a avulsão da tuberosidade isquiática – um tipo de lesão que requer maior tempo de recuperação, em média quase 45 dias – ocorrem entre as idades de 12 e 16 anos (especialmente aos 15 anos). “Provavelmente porque não existe musculatura suficiente desenvolvida naquela idade, e subsequentemente o processo de maturação do osso está completo”, explica Valle.

 

Um nível de risco diferente de acordo com a idade e a fase da temporada

O risco de lesão muscular da posterior varia de acordo com a idade do atleta. Antes de 9 anos, é quase inexistente. Daí em diante, o risco aumenta até 17 anos, quando acontece um pico em decorrência. Curiosamente, dos 13 aos 18 anos, o risco aumenta e diminui em temporadas alternadas: é menor nas idades de 14, 16 e 18 anos e maior nas idades 13, 15 e 17, respectivamente. Isso é provável porque os anos ímpares coincidem “com o segundo ano em cada categoria, dando a eles uma vantagem sobre os jovens jogadores e reduzindo a demanda”, explica Valle.

Em complemento, a probabilidade de lesão durante o ano aumenta em especial em Abril e Maio, os últimos dois meses de competição, algo que também acontece com adultos. Isso terá uma “influência no problema da prevenção de lesão, especialmente durante esses períodos”.

Conclusão

Esse é um dos raros estudos que direcionam para lesões nos isquiotibiais em crianças e adolescentes. O resultado indica que o risco é menor do que em adultos, ainda assim não menos significante, e que aumenta progressivamente com a idade. O padrão é diferente, como o músculo bíceps femoral é afetado menos frequentemente. Adicionalmente, o risco de avulsão da tuberosidade isquiática, tipicamente uma lesão mais séria, é concentrada entre 12 e 16 anos de idade.

A equipe Barça Innovation Hub

Esse é um artigo retirado do Centro de inovação do Barcelona (Barça Innovation Hub), traduzido e adaptado para o Brasil, contribuindo para o estudo e aprimoramento dos profissionais do futebol e auxílio a pais de atletas que desejam garantir o futuro correto para os seus filhos. As informações apresentadas não são respostas definitivas e visam apenas contribuir para a discussão dos temas propostos.

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